Como funciona o supercomputador brasileiro que vai prever o clima com precisão inédita

Como funciona o supercomputador brasileiro que vai prever o clima com precisão inédita

O que você vai descobrir a seguir:

  • • Como funciona o novo supercomputador do INPE, referência em modelagem climática na América do Sul.
  • • Como ele transforma previsões meteorológicas em ferramentas para reduzir riscos, perdas e salvar vidas.
  • • Por que essa tecnologia representa um marco estratégico para o Brasil enfrentar eventos extremos com mais precisão.

Na era das mudanças climáticas aceleradas e eventos extremos cada vez mais frequentes, prever com precisão o comportamento da natureza se tornou uma necessidade urgente. E é exatamente nesse cenário que entra em cena o novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), instalado em Cachoeira Paulista (SP).

Com poder de processamento até seis vezes maior que seu antecessor, o veterano Tupã, essa nova máquina muda a escala da previsão meteorológica no Brasil. Enquanto antes uma simulação de 10 dias levava cerca de três horas, agora o mesmo resultado pode ser entregue em menos de duas.

O nível de detalhamento também impressiona. Simulações que antes trabalhavam com uma grade de 20 km agora operam com apenas 10 km para o globo e até 3 km para áreas da América do Sul. Isso significa mais precisão, especialmente em eventos localizados como chuvas intensas em bairros específicos, ondas de calor e tempestades.

Além da velocidade e precisão, o novo supercomputador tem outra função essencial: permitir simulações de longo prazo, capazes de ajudar o país a se preparar melhor para os desafios ambientais dos próximos anos. O sistema já opera com o MONAN, modelo brasileiro de previsão que integra dados da atmosfera, oceanos e superfície terrestre – e que agora pode ser executado com uma resolução inédita, adaptada às realidades tropicais.

Durante essa transição, o novo sistema começa a substituir gradualmente o Tupã, que está em operação desde 2010. O antigo módulo XE6 já foi desativado, enquanto parte do módulo XC50 continua ativa até a migração completa. Essa passagem de bastão marca o início de uma nova era para o INPE, com mais eficiência, sustentabilidade e poder de análise.

Tecnologia que transforma conhecimento em ação

A aquisição do equipamento faz parte do projeto RISC, que moderniza toda a infraestrutura de supercomputação do INPE até 2028. Mas seus impactos já podem ser sentidos. Abaixo, veja de forma clara como essa tecnologia beneficia diferentes setores:

  • Prevenção de desastres naturais: Antecipação de enchentes, secas e tempestades, com tempo hábil para ações emergenciais e redução de danos;
  • Apoio à agricultura e energia: Planejamento mais preciso de safras, irrigação e operação de hidrelétricas e fontes renováveis;
  • Saúde pública com dados ambientais: Previsão da qualidade do ar e condições climáticas que afetam surtos, doenças respiratórias e planejamento hospitalar;
  • Base confiável para políticas públicas e educação: Informações que orientam decisões estratégicas e também enriquecem o conteúdo em sala de aula com dados reais.

Outro ponto importante: está previsto que o novo sistema será alimentado por energia solar, tornando o centro de dados mais eficiente e sustentável. E como o MONAN é um modelo de código aberto, as instituições de ensino e pesquisa têm a oportunidade de colaborar diretamente com o que há de mais avançado em modelagem climática nacional.

É um investimento robusto, mas também um avanço que coloca o Brasil entre os líderes mundiais em capacidade de previsão e resposta a eventos climáticos. Um recurso científico de ponta, com impacto direto no dia a dia da população, e que pode ser explorado em diversos contextos de ensino, pesquisa e tomada de decisão.

Para entender como essa inovação já está sendo aplicada e o que ela representa para o país, assista a seguir ao vídeo do programa Em Pauta (GloboNews), que explica como o novo supercomputador do INPE está transformando a previsão do tempo e ajudando o Brasil a se preparar melhor para o futuro.

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