Games e resíduos: Como a indústria pode aprender com uma caixa de coco

Games e resíduos: Como a indústria pode aprender com uma caixa de coco
O que você vai descobrir a seguir:
  • • Como uma proposta transforma a caixa do produto em uma solução ecológica ao plástico e papelão tradicional.
  • • Os desafios da indústria de games no uso de embalagens descartáveis e seus impactos ambientais.
  • • Quais são as ações sustentáveis que a Nintendo já implementa em sua linha de produtos.

Você já parou para pensar no destino das embalagens dos produtos que compra? Melhor ainda: lembra o que fez com a caixa do seu último console? Em um mundo cada vez mais consciente sobre resíduos e consumo responsável, a proposta do designer Björn Van Egroo chama atenção por apresentar uma ideia ousada: por que não reinventar as embalagens de eletrônicos usando materiais biodegradáveis?

Games e resíduos: como a indústria pode aprender com uma caixa de coco

Embora não seja algo oficial da Nintendo, o projeto repensa completamente a apresentação do Nintendo Switch. Nada de plástico laminado ou papelão envernizado. Em vez disso, uma combinação surpreendente: fibra de coco, bagaço de cana e papel reciclado. O resultado é um visual rústico, inovador e que cumpre bem sua função protetora.

Mas nem tudo é tão simples. Levar essa ideia do protótipo para a linha de produção industrial é um salto que envolve um obstáculo considerável: a resistência da cadeia de suprimentos a mudanças. Além disso, como o próprio designer aponta, a permeabilidade à água desses materiais ainda precisa ser resolvida.

Esse debate, no entanto, nos leva a uma questão maior: o impacto ambiental da indústria de games. Em 2024, o mercado global movimentou mais de 180 bilhões de dólares, o que implica uma enorme quantidade de dispositivos vendidos – e, consequentemente, de embalagens descartadas. Um verdadeiro mar de papel, plástico e tinta, usados por poucos minutos e descartados por anos.

Nesse cenário, vale reconhecer os passos que empresas como a Nintendo têm dado. A gigante japonesa reduziu o tamanho das embalagens do Switch em cerca de 18%, o que gerou ganhos em eficiência logística e reduziu emissões de carbono. Mais do que isso, suas embalagens atuais são 100% recicláveis e já não usam mais inserções plásticas nas caixas dos jogos. A empresa também mantém programas de reciclagem de hardware, incentivando o descarte correto dos produtos antigos.

Ainda assim, iniciativas como a de Björn Van Egroo nos lembram que há um caminho vasto e criativo a ser explorado. Com bilhões de cascas de coco e toneladas de bagaço de cana descartadas todos os anos, os recursos estão disponíveis; só falta coragem para repensar a lógica do descartável em favor de algo mais duradouro. Ou, neste caso, mais sustentável.

No fim das contas, não se trata apenas de mudar uma embalagem. Trata-se de mudar a forma como pensamos nossos produtos, desde o primeiro contato até o descarte. E se até os games podem apontar novos caminhos, talvez o futuro da sustentabilidade esteja dentro da caixa – e não fora dela.

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