Categories Tecnologias SociaisPosted on 26/05/202526/05/2025Memoria: o wearable que guia com afeto quem vive com Alzheimer O que você vai descobrir a seguir: • O Memoria é um dispositivo com IA, tela e wearable que ajuda pessoas com Alzheimer a manterem a orientação no dia a dia. • Ele usa chips espalhados pela casa para emitir lembretes visuais, sonoros e táteis personalizados. • O projeto ainda é conceitual e está em desenvolvimento, sem data definida para lançamento. Memórias nem sempre seguem uma lógica linear. Para quem convive com o Alzheimer, elas podem se perder no tempo, surgir fragmentadas ou simplesmente desaparecer. Diante desse desafio, a Futurewave propõe um dispositivo que não apenas organiza essas lembranças, mas oferece companhia, orientação e respeito. O projeto se chama Memoria e une duas frentes. A primeira é uma base com design escultural e uma tela circular AMOLED que exibe vídeos, fotos, nomes e informações essenciais, como o horário atual. A segunda é um wearable, em formato de pulseira ou colar, que conversa com chips instalados pela casa. Ao identificar esses pontos, o acessório emite sinais táteis e mensagens de voz que orientam a pessoa sobre onde está e com quem pode estar. A experiência vai além da funcionalidade. A tela, com letras grandes e bem definidas, foi pensada para destacar imagens mesmo em ambientes iluminados. O corpo do dispositivo lembra um ventilador de mesa e esconde uma caixa de som integrada. Já o wearable, com aparência compacta e textura suave, se encaixa no corpo com conforto e discrição. Por dentro, o funcionamento do Memoria combina diferentes tecnologias pensadas para serem eficientes e discretas. Tudo começa com pequenos chips posicionados estrategicamente pela casa (próximos a portas, móveis ou objetos importantes). Esses chips se comunicam com o wearable, seja ele um colar ou uma pulseira, por meio de conexões NFC e Bluetooth de baixa energia. À medida que a pessoa se move pela casa e se aproxima de um desses pontos, o dispositivo portátil reconhece o local e aciona estímulos personalizados. Esses estímulos podem ser vibrações suaves, sons com mensagens pré-gravadas ou lembretes contextuais. Por exemplo, ao entrar na cozinha, o wearable pode vibrar levemente e dizer: “Você está na cozinha. É hora do café da manhã.” Essas interações são comandadas por um sistema de inteligência artificial que aprende com o tempo. Ele identifica padrões de comportamento, horários habituais, preferências de linguagem e até variações emocionais. Com base nisso, o Memoria ajusta os lembretes, reforça rotinas e antecipa situações que podem causar desorientação. Tudo isso sem interromper ou impor comandos, mas oferecendo uma orientação suave e constante. Além disso, o sistema permite que cuidadores acompanhem o uso remotamente. Isso garante uma camada extra de segurança para a pessoa com Alzheimer, ao mesmo tempo que oferece tranquilidade para quem cuida. Assim, o Memoria atua como uma presença discreta e acolhedora no dia a dia, promovendo autonomia sem deixar a pessoa sozinha. Mas é importante destacar que o Memoria ainda é um projeto conceitual. A Futurewave está em fase de desenvolvimento, em parceria com profissionais da saúde e especialistas em cuidado com o idoso. Não há previsão de lançamento ou comercialização no momento. A proposta, por enquanto, é uma visão do que pode vir a ser uma nova abordagem no cuidado com quem vive os primeiros estágios do Alzheimer. O cuidado também está na proposta de sustentabilidade. A produção futura deverá utilizar materiais recicláveis, embora os componentes definitivos ainda não tenham sido escolhidos. O foco está na criação de uma solução que se integre com empatia à vida cotidiana, respeitando ritmos, histórias e fragilidades. Em vez de tentar corrigir falhas de memória, o Memoria propõe um caminho diferente: ajudar a lembrar com carinho, com respeito e, sobretudo, com presença. Porque, mesmo quando as palavras falham, ainda há afeto. Compartilhe esse artigo: