Na Dinamarca, projeto propõe arquitetura humanizada no fim da vida

Na Dinamarca, projeto propõe arquitetura humanizada no fim da vida

O que você vai ler a seguir:

  • • O escritório BIG projetou um centro de cuidados paliativos na Dinamarca para tornar a despedida mais acolhedora.
  • • Para promover mais acolhimento acolhimento, o espaço tem formato de vila, com jardins e materiais sustentáveis.
  • • Além disso, o projeto conta com um prédio infantil, áreas comunitárias e um jardim de despedida aberto ao céu.

A arquitetura tem o poder de moldar experiências e criar ambientes que refletem a maneira como a sociedade encara diferentes fases da vida, inclusive a despedida. Projetar espaços voltados aos cuidados paliativos vai além da funcionalidade, tornando-se uma forma de proporcionar acolhimento, dignidade e conexão com o entorno.

Foi com esse olhar que o escritório de arquitetura BIG – Bjarke Ingels Group projetou o Centro de Cuidados Paliativos Sankt Lukas e Lukashuset, na Dinamarca. Inspirado no movimento da morte positiva, o espaço busca transformar a despedida em algo menos frio e distante, mais próximo da vida e das relações que construímos ao longo dela.

O desenho rompe com a estética tradicional de hospitais e propõe um conjunto de pequenos edifícios interligados, distribuídos ao redor de jardins protegidos. Nada de corredores impessoais ou quartos estéreis. Aqui, o ambiente lembra uma vila, com espaços acolhedores que fazem do centro um lugar onde se vive até o último instante.

A escolha dos materiais reforça essa ideia. Tijolos reaproveitados de antigas construções e estruturas de madeira trazem aconchego e a sensação de que o tempo ali não é interrompido, apenas transformado. O entorno também convida à calma. Jardins sensoriais, caminhos sinuosos e espelhos d’água criam pequenos refúgios, onde o silêncio se mistura com a brisa e o som da água.

O projeto inclui ainda um prédio dedicado ao atendimento infantil, com espaços adaptados para crianças e suas famílias. Em outro ponto, áreas comunitárias foram pensadas para incentivar encontros, trocas e apoio mútuo.

Mas talvez o espaço mais simbólico seja o jardim de despedida. Cercado por paredes de tijolos perfurados e um teto aberto para o céu, ele propõe um último olhar para o infinito. É um lugar de recolhimento, onde a arquitetura e a natureza se encontram para tornar a despedida mais leve – e, de certa forma, mais bonita.

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