Por que a Dinamarca está transformando 10% de suas terras agrícolas em natureza?

A Dinamarca está liderando um movimento inovador para enfrentar as mudanças climáticas: transformar 10% de suas terras agrícolas em florestas e áreas úmidas. Parte de um plano ousado para reduzir emissões de gases de efeito estufa, a iniciativa busca restaurar ecossistemas degradados e repensar o modelo agrícola. É um exemplo global de como o setor pode se reinventar em nome do meio ambiente.

A estratégia dinamarquesa é composta por ações práticas e bem estruturadas. Confira os principais pontos:

• Restaurar áreas naturais: Terras agrícolas serão convertidas em florestas e turfeiras, ajudando a capturar carbono e promovendo a biodiversidade.
• Plantio de 1 bilhão de árvores: Uma medida ambiciosa para acelerar a absorção de dióxido de carbono e revitalizar paisagens degradadas.
• Imposto sobre gado: Uma forma de reduzir a produção de carne e leite, diminuindo as emissões de metano.
• Subsídios reestruturados: Incentivos financeiros para que produtores adotem práticas mais sustentáveis, como o uso reduzido de fertilizantes nitrogenados.
• Mudança no consumo: Com o aumento do custo de alimentos intensivos em carbono, como carne e laticínios, consumidores são estimulados a optar por alternativas de base vegetal.

A meta do país é clara: reduzir em 70% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em comparação aos níveis de 1990. A consistência política dinamarquesa, que mantém compromissos climáticos mesmo após mudanças de governo, é um diferencial crucial para o sucesso do plano.

Impacto global: o que isso significa para o Brasil?

Embora o plano dinamarquês seja inspirador, seus impactos podem ressoar em outros países. Um dos riscos é o aumento da demanda por produtos agrícolas como soja, pressionando biomas sensíveis, como a Amazônia. O desmatamento, já agravado pela expansão agrícola, pode enfrentar novos desafios.

Por outro lado, o modelo dinamarquês oferece aprendizados valiosos. Ele demonstra que políticas públicas alinhadas à preservação ambiental podem coexistir com uma agricultura sustentável. Além disso, reforça a importância de diversificar a produção e reduzir a dependência de alimentos de alto impacto ambiental.

Agricultura sustentável: lições para o futuro

A Dinamarca mostra que, mesmo com a agricultura representando apenas 1% do PIB, o setor pode liderar transformações significativas. Restaurar terras agrícolas e reformular práticas de produção são caminhos viáveis para conciliar conservação ambiental e eficiência econômica.

Para o Brasil, o alerta é claro: políticas climáticas consistentes, incentivos econômicos e mudanças nos padrões de consumo são fundamentais para proteger os ecossistemas e atender à crescente demanda por alimentos. Assim como a Dinamarca está agindo, outros países precisam avançar em direção a soluções sustentáveis para enfrentar a crise climática global.

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Créditos: Imagem Destaque – M21Perfect/Shutterstock