5 dicas para uma alimentação mais sustentável

5 dicas para uma alimentação mais sustentável

Você já parou para pensar que aquilo que coloca no prato pode estar diretamente ligado à crise climática? Parece exagero, mas não é. Com tantas notícias sobre as mudanças climáticas, desde furacões devastadores até ondas de calor recordes, muitas vezes esquecemos que uma parte desse problema – e da solução – está bem ali, na nossa cozinha.

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), até um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da produção de alimentos. A boa notícia? Mudar o que comemos pode ser um dos caminhos mais eficazes para reduzir nossa pegada de carbono.

E não precisa ser uma mudança radical. Pequenas escolhas no dia a dia podem fazer uma grande diferença. Está curioso para saber por onde começar? A seguir, você vai descobrir como transformar sua alimentação em uma poderosa aliada do meio ambiente.

Reduza o consumo de alimentos que mais poluem

Alimentos de origem animal, como laticínios, carnes vermelhas e frutos do mar de criação, são responsáveis por grande parte das emissões de gases de efeito estufa. O desmatamento, por exemplo, é uma prática comum para abrir espaço para pastagem de gado, especialmente em um cenário de crescente demanda por carne e laticínios. Além disso, o metano liberado pelo gado é uma preocupação global, com países como a Dinamarca já implantando uma taxa sobre essas emissões, embora a medida só comece a valer em 2030.

Uma forma mais simples e acessível de tornar sua cozinha mais ecológica é diminuir o consumo desses produtos e investir em uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, castanhas e sementes. Esses alimentos, além de serem mais sustentáveis, também oferecem excelentes fontes de proteínas, como o tofu e outros derivados de plantas. A ONU estima que adotar uma dieta vegana pode reduzir a pegada de carbono em até 2,1 toneladas por ano, enquanto o vegetarianismo pode cortar até 1,5 toneladas.

Se parece difícil mudar de uma vez só, comece devagar. Experimente trocar uma refeição ao dia por opções baseadas em plantas e sinta a diferença – não só no impacto ambiental, mas também na sua saúde.

Combata o desperdício de alimentos

Outro vilão do clima que muitas vezes passa despercebido é o desperdício de alimentos. O WWF calcula que cerca de 30% da produção mundial de alimentos acaba no lixo. Esse número é ainda mais alarmante quando consideramos que, se o desperdício de comida fosse um país, ele seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, atrás apenas de China e Estados Unidos.

O problema está no fato de que, quando alimentos são descartados em aterros, eles liberam metano, um gás muito mais potente que o dióxido de carbono. Além disso, há as emissões geradas pelo transporte dos resíduos até os aterros. Por isso, uma maneira simples e prática de reduzir seu impacto é evitar jogar comida fora. Congele o que não vai consumir imediatamente e experimente novas formas de reaproveitar sobras – uma airfryer, por exemplo, pode transformar aquelas batatas fritas de ontem em algo tão crocante quanto no primeiro dia.

Outra solução mais avançada, mas igualmente eficaz, é começar a compostar. O processo de compostagem não gera metano, como acontece nos aterros, e ainda resulta em um adubo rico em nutrientes, que pode ser usado em jardins e hortas, devolvendo à terra os nutrientes necessários para produzir novos alimentos.

Cultive seus próprios alimentos

Para quem quer dar um passo além, cultivar os próprios alimentos é uma das formas mais eficientes de reduzir as emissões relacionadas ao transporte e à produção em larga escala. Não precisa de muito espaço: uma pequena horta de temperos ou vegetais no quintal ou varanda já faz a diferença.

Se você também decidiu investir na compostagem, terá um solo rico em nutrientes para usar no cultivo da sua horta, criando um ciclo sustentável dentro de sua própria casa. Além disso, cultivar os próprios alimentos pode ser um ótimo incentivo para aumentar o consumo de plantas e reduzir a dependência de produtos de origem animal.

Prefira produtos locais, orgânicos e da estação

Se plantar não é uma opção para você, a alternativa mais sustentável é comprar produtos locais. Isso reduz o impacto ambiental causado pelo transporte de alimentos, que muitas vezes vêm de muito longe. Produtos orgânicos também são uma escolha inteligente: além de evitarem o uso de fertilizantes sintéticos, que contribuem para as emissões de gases de efeito estufa, eles são mais benéficos para o solo a longo prazo.

Escolher alimentos da estação é outra forma de apoiar uma alimentação mais sustentável. Quando compramos produtos que estão em sua época natural de colheita, eles exigem menos insumos químicos e energéticos para serem produzidos, além de muitas vezes serem cultivados mais perto de casa, diminuindo a distância percorrida até o supermercado.

Pequenas ações que fazem a diferença

Além das mudanças maiores, há pequenas atitudes no dia a dia que podem contribuir para um estilo de vida mais sustentável. Evitar o uso de plásticos descartáveis, optar por sacolas reutilizáveis e escolher produtos sem embalagens desnecessárias são bons exemplos.

Varie também o que você consome. O WWF estima que apenas 12 plantas e cinco espécies animais são responsáveis por 75% do fornecimento mundial de alimentos. Diversificar sua alimentação, incluindo novos vegetais e grãos, pode ajudar a reduzir a pressão sobre essas poucas fontes e estimular uma produção alimentar mais equilibrada.

Até mesmo o que você oferece para seus pets pode fazer a diferença. Embora seja um pouco mais difícil decifrar os rótulos das rações, novos alimentos para animais à base de células estão surgindo como uma opção mais sustentável.

E, no fim das contas, não é incrível pensar que o futuro do planeta pode começar com algo tão simples quanto o que você escolhe para o jantar? Não precisa ser uma revolução — pequenos ajustes no que você compra, no que você cozinha, no que você reaproveita. A cada passo, além de cuidar da sua saúde, você estará fazendo parte de algo muito maior: um mundo mais verde, mais equilibrado e, claro, mais saboroso. Afinal, o que colocamos no prato hoje pode ser a semente de um amanhã melhor.

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