Energia limpa e o futuro sustentável do Brasil

Energia limpa e o futuro sustentável do Brasil

Em uma conversa no episódio #130 podcast do InovaSocial, Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), compartilhou sua experiência e destacou os desafios e oportunidades da transição energética no Brasil. Com base no trabalho do IEMA e da Coalizão Energia Limpa, a discussão abordou o papel estratégico das energias renováveis, políticas públicas e a necessidade de garantir uma transição que seja ambientalmente sustentável e socialmente justa.

A importância da transição energética

O Brasil está em um momento crítico de transformação. As energias eólica e solar, atualmente responsáveis por mais de 30% da matriz elétrica, mostram que o país tem potencial para expandir seu uso de fontes renováveis. No entanto, conforme apontado por Baitelo, a expansão do gás natural, impulsionada por decisões políticas e lobby, pode desacelerar essa transição. A inclusão obrigatória de termoelétricas a gás na matriz é vista por ele como um reflexo de interesses econômicos que comprometem o avanço de energias mais limpas e acessíveis.

Além dos impactos ambientais, como emissões de gases de efeito estufa e consumo elevado de água, o uso do gás natural afeta diretamente o custo da energia. A população mais vulnerável sofre com tarifas altas e precisa decidir entre necessidades básicas e a conta de luz. Segundo Baitelo, uma transição energética eficiente requer a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis e a inclusão de critérios de justiça social, garantindo que todas as comunidades sejam beneficiadas.

A universalização do acesso à energia

Um dos grandes desafios abordados foi a inclusão das populações mais isoladas, especialmente na região amazônica, onde cerca de um milhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. Soluções off-grid, baseadas em energia solar com baterias, foram mencionadas como alternativas viáveis para levar energia a essas áreas sem causar impactos ambientais significativos, evitando a construção de infraestruturas complexas e invasivas.

Políticas públicas e soluções para o futuro

Baitelo também trouxe reflexões sobre a privatização da Eletrobras e sua influência na expansão do gás fóssil. Ele argumenta que essa decisão pode evidenciar conflitos entre interesses econômicos e a necessidade de um planejamento energético sustentável. A opinião do convidado é de que a obrigatoriedade de instalar termoelétricas a gás em regiões sem infraestrutura adequada é um exemplo de como a política pública pode favorecer grupos específicos, prejudicando a sociedade como um todo.

A Coalizão Energia Limpa sugere, ainda, revisões nas regras de leilão de energia para incentivar a expansão de fontes renováveis e a integração de tecnologias como baterias. Além disso, destacou-se a necessidade de garantir que as comunidades impactadas por novos projetos energéticos tenham voz ativa desde as fases iniciais, respeitando direitos e tradições culturais.

A discussão sobre o futuro da energia no Brasil vai além da escolha de fontes energéticas. Inclui também a definição do papel do país na transição global, considerando o desenvolvimento de tecnologias como o hidrogênio verde e os biocombustíveis. A adoção de uma matriz limpa não é apenas uma obrigação ambiental, mas uma oportunidade econômica que pode posicionar o Brasil como líder na exportação de energia limpa.

Convidamos você a ouvir o episódio completo do podcast, disponível no player abaixo, para entender mais sobre as soluções discutidas e como cada um pode contribuir para um futuro mais limpo e justo.

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