Categories Soluções de ImpactoPosted on 07/11/202206/11/2022Neo P1: Uma planta desenvolvida para funcionar como um purificador de ar Em 1989, a NASA realizou um “estudo de ar limpo”, com o objetivo de investigar as propriedades de filtragem natural da vida vegetal. Na época, a ventilação de ar fresco em edifícios foi sacrificada em favor do uso reduzido de energia; onde, para reduzir o custo de aquecimento e resfriamento de uma construção, os interiores eram isolados e vedados hermeticamente. A equipe de pesquisadores da NASA concluiu que, além do uso de materiais de construção mais seguros e da minimização da ventilação mecânica, a poluição do ar interno pode ser consideravelmente reduzida com a inclusão de plantas nos ambientes internos dos prédios. Inclusive, nós publicamos aqui, no InovaSocial, uma lista com as 18 principais plantas, determinadas pela NASA como as mais eficazes em filtrar naturalmente os poluentes do ar interno. Mas, e se esse poder de filtragem do ar das plantas pudesse ser aprimorado de alguma forma? A Neo P1 é uma planta que nasceu em um laboratório e foi geneticamente modificada para limpar quase 30 vezes mais poluição do ar de uma sala do que uma planta comum. Um purificador de ar com filtro HEPA pode fazer um bom trabalho na limpeza de um tipo de poluição do ar – material particulado, como a fuligem da fumaça de um incêndio florestal – mas os filtros não podem capturar compostos orgânicos voláteis (COVs), como formaldeído ou benzino. Os COVs estão em tudo, desde tintas e tapetes até brinquedos e fogões de cozinha, e não são saudáveis para respirar. Alguns tipos de purificadores funcionam com COVs, mas podem causar outros problemas, gerando subprodutos como o ozônio, outro gás nocivo. Além disso, purificadores de ar também usam energia. “Nosso principal desafio. era aumentar a ação de uma planta em algo como 20 ou 30 vezes, o que não é trivial”, diz Patrick Torbey, doutor em engenharia genética, cofundador e CTO da Neoplants, startup parisiense por trás da criação e desenvolvimento da Neo P1. ”Começamos com uma jibóia, ou Epipremnum aureum, porque suas folhas grandes e crescimento rápido significavam que ela já era relativamente boa em capturar COVs. Mas plantas como a jibóia normalmente só podem absorver um certo nível de COVs antes que suas células sejam preenchidas.” Assim, a abordagem da Neoplants foi adicionar genes que possibilitam que a planta transforme a poluição em matéria vegetal. A planta geneticamente modificada pode transformar formaldeído em frutose, um açúcar que é usado como alimento; além de também transformar benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno em um aminoácido usado para construir proteínas. Testes realizados em parceria com uma escola francesa de pós-graduação em engenharia, a Ecole des Mines-Télécom, parte da Université de Lille, mostraram que a nova planta e seu microbioma podem limpar os COVs com muito mais eficácia do que as plantas comuns. A Neo P1 também tem capacidade de capturar tolueno, um poluente que as plantas comuns não processam. A planta vem em um vaso de bioplástico, projetado para maximizar o fluxo de ar e ajudar a manter a planta viva, com um reservatório de água embutido, o que significa que ela só precisa ser regada a cada duas a três semanas – e ainda é possível compartilhar mudas da planta com amigos. Em breve, será possível comprar uma Neo P1 no site oficial da Neoplants, por US$ 179 (aproximadamente R$ 915) – o que é um preço alto quando comparamos a uma planta comum, mas um preço menor quando comparamos com outros purificadores de ar. “Acho que a Neo P1 abre as portas e nos dá esperança de que, no futuro, continuemos usando essas ferramentas e seremos capazes de usar a biologia para ter um impacto maciço em problemas em escala planetária.”, diz Patrick Tobey. “Quando você olha em volta, há muitas soluções que estão surgindo que são soluções mecânicas, químicas. E nós realmente acreditamos que a biologia tem que ser uma parte dessa equação.” E você, teria um purificador de ar em forma de uma jibóia geneticamente modificada em sua casa? Saiba mais sobre a Neo P1 e a Neoplants nos vídeos a seguir. Compartilhe esse artigo: