Categories Tecnologias SociaisPosted on 31/05/202230/05/2022Avive: Um pequeno desfibrilador pode transformar um bairro em uma sala de emergência “portátil” Ninguém tem o costume de imaginar como pode morrer, mas as estatísticas podem nos dar uma boa ideia. Segundo a ONU, a parada cardíaca súbita é a principal causa de morte natural no mundo; e, quando ela acontece fora de um hospital, quase 90% das pessoas não sobrevivem. Para ajudar nos primeiros minutos, um desfibrilador automático externo (DEA) pode fazer a diferença. Mas onde encontrá-lo em caso de emergência? Uma startup norte americana chamada Avive acredita que encontrou a resposta para essa pergunta. Projetado NewDealDesign, com base em São Francisco (Califórnia, EUA), o Avive é um pequeno DEA que mais parece um gadget comum — como um Echo Dot ou um iPad —, do que um produto médico. Ele fica na parede e pode ser colocado em uma bolsa, caso o usuário queira levá-lo ao sair de casa. O Avive foi testado e refinado para ser um aparelho fácil de usar; e sua maior característica funcionar como uma espécie de “vigilância de bairro” para problemas cardíacos. Com ele, quando alguém liga para a emergência para pedir atendimento para alguém que está sofrendo uma parada cardíaca, o dispositivo pode enviar um aviso ao dono de um Avive na região, com direções de localização para o local em que a emergência está acontecendo, permitindo que a ajuda chegue mais rápido do que uma ambulância. É claro que, para isso, é preciso que o Avive passe pela aprovação da agência reguladora ligada ao departamento de saúde daquele país (como o FDA, no caso dos EUA; ou a Anvisa, no Brasil) e que um número suficiente de call centers locais do serviço de emergência adote esse procedimento. Para criar o produto, a NewDealDesign trabalhou por quatro anos no Avive para reorganizar, simplificar e, em alguns casos, redesenhar os componentes eletrônicos dentro de um DEA para torná-lo o menor possível. Enquanto a maioria dos DEAs são do tamanho de um livro grosso e grande, o Avive pode caber facilmente na palma da mão ou em uma bolsa. “Outros DEAs têm uma aparência muito profissional, da maneira errada. Eles não lhe dão a confiança de que você pode operá-los como um leigo sem dificuldade”, diz Gadi Amit, fundador da NewDealDesign. “Esse foi um ponto importante para nós. Queríamos fazer com que as pessoas se sentissem como se fosse o Avive fosse um smartphone, que elas poderiam pegá-lo e operá-lo com facilidade.” O Avive tem um design simples e uma tela grande. Em caso de emergência, o usuário puxa uma aba vermelha no topo do dispositivo e uma fenda se abre revelando um colete de plástico equipado com eletrodos, que já estão posicionados nos lugares corretos, tornando a aplicação mais assertiva e rápida. Uma vez colocado, o dispositivo lê os batimentos cardíacos do paciente e é ativado automaticamente. Foram realizadas duas rodadas de testes para validar a forma final do Avive. O objetivo do time era que a experiência tinha que ser tão clara que alguém que nunca tinha visto o desfibrilador antes pudesse pegá-lo para salvar a vida de outra pessoa. Nos testes, os leigos recebiam o dispositivo para salvar a vida de um boneco. Como pessoas que sofrem paradas cardíacas podem começar a sofrer danos cerebrais em três minutos e morrer em nove ou dez minutos, o DEA tinha que ser o mais rápido possível de usar. No primeiro teste, a média de tempo era de cinco a seis minutos — o que está acima do limite que o time estrava buscando. Ao aprimorar a interface do usuário no dispositivo — que usa uma combinação de comandos de voz e tela — juntamente com o design do colete com eletrodos, foi possível reduzir esse tempo médio para dois minutos ou menos. Para transformar cada proprietário de um Avive em um potencial socorrista, é necessário configurar o dispositivo em sua rede, adicionando seu endereço manualmente. Nos EUA, a Avive fez parceria com a RapidSOS, uma importante desenvolvedora de software para call centers do serviço de emergência 911, para oferecer aos atendentes a opção de notificar os dispositivos Avive na região do chamado. Assim que o serviço estiver disponível, uma vez que o 911 for acionado por ajuda, o dono de um Avive receberá uma notificação, verá a localização da paciente na tela e, pressionando um botão, poderá sinalizar que está a caminho, antes de sair correndo pela porta. Ao longo do caminho, o dispositivo conecta o usuário ao operador do 911 que gerencia o caso, para coordenar seus esforços com os paramédicos ou talvez ajudá-lo a encontrar o andar certo de um apartamento na cidade. Por enquanto, a Avive precisa passar seu DEA pelos estágios finais de aprovação da Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, e recrutar centros de operações locais do serviço de emergência para dar suporte ao produto. Para saber mais, confira o vídeo a seguir. Avive Connect AED Product Unveiling Compartilhe esse artigo: