4 dicas para tornar sua rotina de alimentação mais sustentável

4 dicas para tornar sua rotina de alimentação mais sustentável

A produção global de alimentos é responsável por cerca de um quarto das emissões de gases de efeito estufa, e os sistemas agrícolas cobrem 43% do deserto e das terras sem gelo do mundo. À medida que as mudanças climáticas se aproximam de um ponto sem volta e nossos ecossistemas terrestres e marinhos se tornam cada vez mais frágeis, a necessidade de uma mudança para alimentação mais sustentável torna-se cada vez mais urgente.

Os impactos da produção de alimentos vão além das mudanças climáticas e da perda de habitat. “O uso generalizado de antibióticos entre os animais de produção está levando ao crescimento da resistência aos antibióticos em humanos, o que ameaça a medicina moderna como a conhecemos”, explica Bruce Friedrich, cofundador do Good Food Institute.

Reduzir o consumo de carne é uma boa solução para lidar com as questões do planeta e para a nossa saúde, mas escolher refeições sustentáveis não deve parecer um castigo. Não é preciso sair, de um dia para o outro, de uma dieta rica em carne para uma dieta estritamente vegana. Mas começar devagar é a palavra chave para isso. Aqui estão quatro dicas simples para ter uma alimentação mais sustentável.

Comece aos poucos

Você não precisa mudar tudo de uma vez. Na verdade, uma pesquisa da University College London – universidade reconhecida por sua excelência acadêmica e impacto global –, mostra que é mais provável que você adote novas rotinas se começar com ações simples.

Se você costuma comer carne em todas as refeições, comece adicionando um prato sem carne ao dia ou designando um dia da semana sem carne, como propõe o movimento Segunda Sem Carne. E, caso esteja preocupado em não receber nutrientes suficientes, é possível complementar as refeições com alternativas ricas em proteínas, como legumes e feijão. Claro, é sempre importante lembrar que o ideal é fazer essas mudanças com um acompanhamento de um nutricionista, que poderá te ajudar a fazer as melhores escolhas em sua rotina.

Escolha carnes de menor impacto ambiental

A produção de alimentos à base de plantas normalmente requer menos emissões de carbono do que a pecuária. A produção de 100g de proteína de carne bovina, por exemplo, libera 90 vezes mais emissões do que o necessário para produzir a mesma quantidade de proteína de ervilha. Mas, se você não está pronto para desistir da carne, ainda é possível escolher pratos mais ecológicos.

Do ponto de vista das emissões de carbono, frango, porco e peixes selvagens geram menos impacto do que carne bovina, peixes de viveiro – que produzem mais emissões de metano e gases de efeito estufa, requerem mais terra e geram mais poluentes.

Abandone o leite

O gado é responsável por cerca de 65% das emissões do setor pecuário, e isso inclui as 270 milhões de vacas leiteiras em todo o mundo.

Existem muitas opções veganas à base de plantas disponíveis para fazer substituir queijos, iogurtes, manteiga, leite e sorvete. Além desses substitutos veganos, existem muitas formas criativas de reduzir a ingestão geral de laticínios. Por exemplo, é necessário quatro vezes mais leite para fazer iogurte grego do que para fazer iogurte tradicional, portanto, fazer uma simples mudança pode fazer uma grande diferença.

Para substituir o queijo, vale a pena experimentar usar em seus sanduíches, saladas e massas algumas alternativas como abacate, vegetais salteados ou homus.

Busque por substituições saborosas

Sem carne não significa sem sabor. Se você quer que os vegetais tenham um sabor gostoso, é preciso explorar novas formas de temperar seus alimentos – não para mascarar o sabor de algo que você não goste, mas para ressaltar os sabores daqueles alimentos que você gosta.

No início dessa transição, também é possível usar pequenas porções de carne para dar um sabor a mais aos seus pratos, em vez de usá-la como o prato principal.

Para complementar as dicas dessa publicação, confira 3 TED Talks interessantes sobre o impacto da produção de alimentos e o futuro da alimentação.

A próxima revolução agrícola global

A produção convencional de carne prejudica nosso meio ambiente e apresenta riscos à saúde global, mas as pessoas não vão comer menos carne, a menos que ofereçamos alternativas que custem o mesmo (ou menos) e que tenham o mesmo sabor (ou melhor). Em uma palestra reveladora, o inovador em alimentos e Bolsista TED, Bruce Friedrich, mostra os produtos à base de plantas e células que podem transformar em breve a indústria global de carne, e o seu prato do jantar.

Como a mudança climática poderia tornar nossa comida menos nutritiva

O aumento dos níveis de carbono na atmosfera pode fazer com que as plantas cresçam mais rápido, mas há uma consequência oculta: ele reduz os nutrientes e vitaminas das plantas, necessários a nossa sobrevivência. Em uma palestra sobre segurança alimentar mundial, a epidemiologista Kristie Ebi explora as consequências potencialmente enormes que o crescimento dessa crise nutritiva causa, e explora os passos que podemos dar para garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos seguros e saudáveis.

Defendendo a engenharia dos alimentos

Pamela Ronald estuda os genes que tornam as plantas mais resistentes a doenças e ao estresse. Numa palestra reveladora, ele fala sobre seus dez anos de pesquisa para ajudar a criar uma variedade de arroz capaz de sobreviver a inundações prolongadas. Ela mostra como o melhoramento genético de sementes salvou a produção de mamão havaiano em 1950 e defende que esta pode ser simplesmente a forma mais eficaz de aumentar a segurança alimentar da crescente população do nosso planeta.

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Créditos: Imagem Destaque – Photographee.eu / Shutterstock

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