Parto Humanizado: Empoderamento Feminino em um grande momento da vida da mulher

Parto Humanizado: Empoderamento Feminino em um grande momento da vida da mulher

Desde muito pequenas, mulheres estão acostumadas a relacionar o parto a algo ruim e doloroso. Além disso, o parto se tornou uma espécie de escala de dor na sociedade. “Dói mais que dor de parto,” minha mãe dizia, mesmo após 3 partos cesárea. Minha avó deu à luz a maioria de seus filhos no hospital, via cesárea. Eu cresci em uma família de mulheres que nunca tiveram um parto normal, mas mesmo assim o fantasma daquela dor sempre esteve comigo. Quando criança, eu sabia que optaria pela cesárea quando chegasse a hora de dar à luz. “Me dá uma anestesia, tira o bebê e pronto,” eu dizia aos meus dez anos de idade.

Minha visão mudou apenas há dois anos, após assistir ao trailer do documentário O Renascimento do Parto, e então comecei a me interessar mais sobre o parto humanizado.

É importante dizer que o parto humanizado não é um “tipo” de parto, como muitas pessoas pensam que é apenas aquele feito em casa, sem anestesia, etc. A Humanização do parto é um processo, na verdade, de um espetáculo onde a mulher é a protagonista e a sua vontade e o seu bem estar (e de seu bebê) durante o processo são de extrema importância. Por isso, é essencial nutrir futuros mãe e pai com informações relevantes para que as escolhas a cerca de um momento tão importante na vida de suas pessoas sejam assertivas e felizes.

O parto é um momento único na vida de uma mulher e o conceito de parto humanizado busca trazer de volta essa individualidade do parto, atendendo a mulher dentro de suas necessidades e vontades naquele momento. Se esse fosse um processo fisiológico, todos os partos seriam iguais, mas o que faz com que um momento seja diferente do outro é exatamente essa individualidade, a história de cada mulher. Além disso, esse novo tipo de assistência também se baseia no atendimento por equipes transdisciplinares e horizontais; ou seja, vários tipos de profissionais (como médico obstetra, enfermeira, pediatra, doula, etc) trabalhando juntos, cada um dentro de seu papel, sem hierarquias entre profissionais.

Dentro do parto humanizado, existem 3 pilares essenciais: respeito ao tempo do bebê e da mulher, aguardando o tempo natural para o parto acontecer; protagonismo da mulher, respeitando suas escolhas quando há possibilidade de escolhas, fazendo com que ela tenha liberdade para vivenciar o momento da melhor forma possível; e também há o compartilhamento de responsabilidades com base em evidências científicas, quebrando paradigmas e aplicando novas descobertas para que seja feito o que é melhor segundo a ciência.

O Renascimento do Parto foi um filme viabilizado por meio de um financiamento coletivo, que atingiu o recorde de apoios no país na época, além de ter recebido diversos prêmios pela importância de sua produção. Em 2013, ele foi o documentário com a segunda maior bilheteria no Brasil, com mais de 30 mil espectadores, percorrendo 50 cidades em 22 semanas. Um segundo filme já está em fase de pós produção e será lançado em breve, ainda em 2017, e trará uma discussão a respeito de Violência Obstétrica, além de contar com os seguintes eixos condutores:

  • O SUS que dá certo – A experiência do hospital Sofia Feldman em Belo Horizonte e outras iniciativas positivas brasileiras.
  • O modelo de assistência ao parto na Inglaterra – Casas de Parto e Centros de Parto Normal com assistência pública de referência internacional de qualidade
  • O modelo de assistência ao parto na Holanda – modelo misto de atendimento público e privado
  • Organização Mundial de Saúde – Diretrizes e Recomendações

Para saber mais sobre o assunto, recomendamos que assistam ao documentário O Renascimento do Parto, (disponível para compra aqui) e também aos vídeos abaixo que selecionamos para complementar o tema:

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