Uma amostra visual do impacto ambiental causado por nossas buscas na Internet

Uma amostra visual do impacto ambiental causado por nossas buscas na Internet

Segundo pesquisadores da McMaster University (Canadá), os smartphones estão matando o planeta (para ser mais exato, é a emissão de CO2 causada no processo de fabricação de cada um deles), mas ao mesmo tempo, os smartphones não estão sozinhos nessa jornada. A internet é uma das maiores produtoras de CO2 no planeta, atrás apenas dos EUA, da China e da Índia.

Considerando que o Google é o site mais acessado do mundo, a artista Joana Moll decidiu investigar a quantidade de energia que esse gigante site de buscas realmente consome. O resultado de sua pesquisa resultou no projeto CO2GLE, é uma tentativa de fazer com que as pessoas visualizem quanto dióxido de carbono a empresa está emitindo por segundo.

O CO2GLE faz seus cálculos usando dados públicos de 2015: Primeiro, há o fato de que a transmissão de 1 GB de informações gera cerca de 7 kg de CO2. Segundo Joana, como o a tela inicial do Google pesa 2 MB e processa cerca de 47.000 solicitações por segundo, a página emite 500 kg de emissões de CO2 por segundo. São 300 toneladas de CO2 por minuto.

Isso é mais pesado que duas baleias azuis adultas.

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Em 2009, o Google informou que emite 0,2 gramas de CO2 por pesquisa, enquanto os consultores ambientais da carbonfootprint afirmam que esse número pode estar entre 1g e 10g de CO2 por consulta – dependendo de qual dispositivo você usa e do tempo gasto na pesquisa (então, isso não se trata apenas de um cenário onde o Google dá ao usuário ma página de resultados, mas também tem a ver com o dispositivo usado e quanto tempo o usuário leva para passar pelos resultados). Utilizando uma média de 15 minutos de uso de computador por pesquisa, o especialista em tecnologias energéticas e autor do livro 10 Tecnologias Para Salvar o Planeta, Chris Goodall, estima as emissões de carbono da pesquisa do Google variem entre 7g e 10g – muito mais do que 0,2g.

O Google elogiou a artista por aumentar a conscientização sobre a pegada de carbono da Internet, mas afirma que os cálculos sobre os quais ela está baseando seu projeto de arte são imprecisos. A empresa declarou que um mês inteiro de todos os serviços do Google cria aproximadamente a mesma quantidade de emissões de Gases de Efeito Estufa que um carro sendo dirigido por uma milha por usuário.

Ainda assim, medir o CO2 em gramas e toneladas pode ser algo muito abstrato. Então, Joana encontrou uma maneira melhor de analisar esses dados, fazendo uma pergunta diferente: quantas árvores são necessárias para compensar um segundo das pesquisas do Google? O segundo projeto de visualização da Joana faz exatamente isso: o Deforest é uma página da web que mostra o impacto do CO2 em uma linha de árvores que continua crescendo e crescendo até o infinito. Infelizmente, as árvores não são infinitas.

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Gigantes como Google e Apple têm programas para reduzir suas emissões de carbono, mas essa é uma tarefa difícil e complexa. A Apple anunciou 100% de seus escritórios, lojas de varejo e datacenters em todo o mundo funcionam 100% a partir de energia renovável. No entanto, ela ainda não eliminou sua pegada de carbono, já que a fabricação, a distribuição e o uso de produtos eletrônicos produzem bastante dióxido de carbono. O Google anunciou recentemente que agora está usando 100% de energia renovável, mas, como a Apple, está longe de eliminar completamente as emissões de carbono.

Enquanto isso, empresas como o Instagram também produzem CO2 com suas operações. A pornografia online também está na lista, mas, por incrível que pareça, seus índices não são tão ruins quanto os da Netflix, que consumiu 140.000 MWhs em 2016. Os serviços de nuvem da Amazon são alimentados apenas por 50% de eletricidade renovável. Em 2016, o Facebook tinha a mesma pegada de dióxido de carbono de 77.500 residências nos EUA e usava apenas cerca de 25% de energia renovável globalmente. A empresa alega que pretende usar pelo menos 50% de energia renovável em 2018.

Agora, apesar de todos os esforços que são feitos, fica a pergunta: Isso é suficiente?

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