5 formas como pais podem falar com seus filhos sobre identidade LGBTQ

5 formas como pais podem falar com seus filhos sobre identidade LGBTQ

Se você é pai/mãe ou tutor e não sabe bem como começar uma conversa com uma criança a respeito do que significa ser lésbica, gay, bissexual, transgênero, ou queer, pode considerar o Mês do Orgulho LGBTQ como um bom pretexto para começar um diálogo.

Eliza Byard, diretora executiva da GLSEN, uma rede de advocacia sem fins lucrativos focada na criação de escolas inclusivas à comunidade LGBTQ, dá algumas dicas para que pais e tutores se sintam mais preparados para essa conversa:

1. Tenha essa conversa independentemente de seu filho ser LGBTQ ou não

Segundo Eliza, pais e tutores devem falar sobre questões LGBTQ mesmo se não há nenhum indício de que a criança seja lésbica, gay, bissexual, transgênero ou queer.

“Sua criança pode vir a se descobrir LGBTQ, mas independente disso, você também pode ajudar a reduzir e eliminar o preconceito anti-LGBTQ, fazendo com que esse tópico seja mais fácil de ser abordado,” diz Eliza. “Você estará enviando um sinal muito importante, se mostrando aberto à conversa.”

Embora talvez você precise se familiarizar com palavras e conceitos usados para descrever a identidade lésbica, gay, bissexual, trans e queer, Eliza diz que pais e tutores não precisam saber tudo sobre o assunto antes de conversar com as crianças. Na verdade, você pode até considerar admitir o que não sabe, fazendo com que as conversas se tornem ótimas oportunidades de aprender com os filhos.

2. Esteja pronto para falar e ouvir sem julgamentos

Eliza recomenda uma abordagem “de coração aberto” para falar sobre identidade LGBTQ com uma criança. Primeiramente, se esse jovem acha que é LGBTQ, ele ou ela pode mencionar um assunto relacionado para testar seu nível de tolerância e aceitação. Ao ver sua abertura para a conversa, ele ou ela sentirá um maior nível de segurança e proteção.

Além disso, ver pais e tutores estabelecendo um exemplo empático a respeito do tema, faz com que crianças reproduzam esse comportamento. Eliza diz que é muito importante que os pais de crianças heterossexuais e cisgênero deixem claro que a discriminação e a violência não são comportamentos aceitáveis. Para os pais que podem não estar preparados para ter essas conversas por causa de crenças pessoais ou religiosas, Eliza diz que é extremamente importante para o bem estar de uma criança que você a deixe saber que ela é amada, mesmo se você não concordar com sua sexualidade e/ou identidade.

3. Fale sobre valores universais

Se você sentir que não tem conhecimento suficiente para falar sobre questões LGBTQ, tente focar em valores universais. Durante o Mês do Orgulho LGBTQ, por exemplo, fala-se muito sobre “ser você mesmo, não importa quem você é.”

“Quando você deixa isso claro para seu filho, isso faz com que ele sinta que realmente pode ser quem realmente é,” diz Eliza.

Isso não é apenas inspirador para crianças que se identificam como LGBTQ, mas sim para todas as crianças, que muitas vezes não sentem se encaixar dentro dos padrões de gênero estabelecidos pela sociedade – como um menino que não gosta de futebol ou uma menina que gosta de carros, por exemplo.

O mesmo ponto vale para discussões sobre o casamento de pessoas do mesmo gênero. O conceito de que “amor é amor” é algo muito importante e deve ser passado para crianças LGBTQ, heterossexuais e cisgênero.

4. Foque em conceitos simples

Muitos pais e tutores se sentem intimidados pela ideia de conversar com seus filhos sobre sexualidade. As crianças realmente tendem a fazer muitas perguntas difíceis de serem respondidas, e muitas vezes isso significa responder (ou evitar) perguntas sobre sexo.

Nesta situação, Eliza recomenda se mostrar confortável diante das crianças. Então, se você está conversando sobre o que significa ser transexual, por exemplo, você pode começar com o velho ditado de que um livro não pode ser julgado pela capa. Assim, é possível desenvolver uma conversa mais ampla sobre como algumas pessoas aparentam ser algo, mas se sentem de maneira diferente por dentro.

5. Abordar e denunciar a discriminação

O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQ no mundo todo e sabe-se bem que há muito a ser reparado em nossa cultura machista, homofóbica e transfóbica. E essa triste realidade não deve ser deixada de lado durante a conversa.

Conversar com as crianças sobre a discriminação LGBTQ irá ajudá-las a entender sobre como agir de forma respeitosa e justa em situações no futuro.

“Neste momento, todos os pais têm um trabalho incrivelmente importante a ser feito,” diz Eliza, “e esse trabalho é demonstrar a todas as crianças que elas sempre terão amor, cuidado e carinho, independente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.”

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