Hoje vamos falar sobre conflitos (no escritório)

Hoje vamos falar sobre conflitos (no escritório)

No texto de hoje vamos falar sobre guerras. Não, eu não estou falando do conflito na Síria ou disputas na Coréia, hoje será sobre a guerra dentro do escritório. As divergências de opiniões no ambiente de trabalho, os conflitos de egos e ansiedades em grupo. Para apimentar a discussão e, seguindo o tema do mês, também falaremos sobre uma realidade dos empreendedores: os conflitos entre sócios.

Antes de tudo, quero dar uma péssima notícia. Sempre existirá briga. Não importa onde você esteja ou qual posição profissional detém, os conflitos são parte da natureza humana. Se você acha que assistir Big Brother é uma perda de tempo, tente olhar para os participantes como ratos de laboratório e perceberá como isso pode ser interessante (principalmente se você tem interesse em temas da psicologia humana).

Conflito é uma tensão que envolve pessoas ou grupos quando existem interesses ou ideias incompatíveis. No mundo dos negócios, isso vai do chefe mandão ao ar-condicionado quebrado, ou seja, o ambiente também é um fator crucial para as guerras corporativas. No caso dos sócios, mais tensões temperam os conflitos. A paixão pelo negócio transforma o relacionamento dos sócios em algo que beira o passional. Aliás, eu costumo dizer que sou mais casado com o meu sócio, do que com a minha noiva. E o motivo é simples, em caso de separação, também existe divisão de bens (e dívidas), além do fato que, quase todas as decisões impactam na vida dos dois diretamente.

A verdade é que não existem meios de eliminar estes conflitos, mas podemos minimizar os estragos de uma briga.

A verdade é que não existem meios de eliminar estes conflitos, mas podemos minimizar os estragos de uma briga. A primeira dica é bem óbvia: Converse! Pode parecer irônico, você passar o dia todo com aquela pessoa, mas não conversar sobre os principais problemas. A franqueza é um dos fatores importante na vida dos empreendedores. Pelo menos no meu ponto de vista e na minha experiência de vida (já são mais de 7 anos de sociedade), ser franco gera confiança.

Confiança. Acho que vale um parênteses sobre este ponto. Se não há confiança extrema entre os sócios, provavelmente este negócio está fadado a um fim sangrento. Eu não entro em um negócio que não há confiança e saio dele assim que ela acaba. Por mais que existam contratos e mais contratos (isso é muito importante, não basta confiar, o respaldo legal e um contrato bem feito é essencial), a confiança é um fator importante.

De volta aos conflitos, uso uma frase que foi título em um outro texto sobre relacionamento: “Brigas existem, você só precisa saber como vai tratá-las”. Exatamente! Existe o momento em que você precisa argumentar e existe o momento em que você precisa deixar para lá. A briga pela temperatura do ar-condicionado é uma guerra que se deve abdicar. Nunca existirá o certo ou errado. A “briga” pela melhor estratégia comercial é algo que deve ser argumentado, discutido e exposta com fatos e dados. Cada pessoa é diferente da outra, não existe uma receita de bolo quando estamos falando sobre relacionamento e pessoas. Em uma entrevista para a Harvard Business Review, Mike Krzyzewski, treinador de basquete masculino há 40 anos, com mais de mil vitórias, cinco campeonatos da NCAA e três medalhas olímpicas, afirmou que não utiliza nenhum método padrão para gerir seus jogadores (principalmente os mais indisciplinados). Ele afirma “tento não ter um modelo padrão. Eu faço o que a situação exige”.

Em resumo, as brigas virão, você só precisa respirar e pensar como vai resolver (analiticamente) cada uma delas. Talvez um papo franco e direto pode ser a solução, talvez não. Se você é empreendedor, conheça bem o seu sócio, isso te ajudará como agir em momentos de conflitos. Pode parecer uma coisa boba, mas porquê discutir sobre aquele problema, jogado no canto há três semanas, no dia que ele/ela está de cabeça quente? Quando um não quer, dois não brigam.

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